Presidente chileno foi chamado de ‘apressado’ e ‘sequioso’ pelo brasileiro durante uma entrevista coletiva em Bruxelas
O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou ter “respeito infinito” e “muito carinho” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas voltou a condenar a invasão russa à Ucrânia nesta quarta-feira, após ser chamado de “apressado” e “sequioso” pelo brasileiro durante uma entrevista coletiva realizada em Bruxelas.
— Eu tenho um respeito infinito e muito carinho por Lula. Mas se me perguntam: ‘você quer que a guerra acabe?’. Sim, eu quero que acabe a guerra, e creio que temos que ser muito claros em dizer que estamos em uma guerra de agressão inaceitável — afirmou Boric, ao ser questionado por jornalistas sobre a fala do brasileiro.
Mais cedo, Lula foi questionado sobre o posicionamento de Boric a respeito da guerra na Ucrânia — uma vez que o presidente brasileiro tem tentado manter uma postura de neutralidade sobre o conflito, ao contrário do líder chileno, que vem condenando reiteradamente a agressão russa.
— Eu não tenho porque concordar com o Boric, é uma opinião dele. Foi extraordinária a reunião. Provavelmente a falta de costume de participar dessas reuniões faz com que um jovem seja mais sequioso, mais apressado, mas as coisas acontecem assim — afirmou ele.
Questionado como se sentia após a fala de Lula, e a suposta falta de experiência política indicada pelo presidente brasileiro para justificar a posição do líder chileno, Boric disse não se sentir ofendido.
— Não me sinto ofendido. Sinto-me muito tranquilo — disse Boric. — Tive a oportunidade de conversar com ele [Lula] e tenho a melhor impressão. Creio que somos da mesma família política. Hoje em dia podemos ter matizes quanto a isso, mas a posição do Chile é uma posição de princípios.
De acordo com o presidente chileno, a posição do país é de defesa do direito internacional, ao apontar que a Rússia violou a soberania territorial da Ucrânia, quando invadiu o país em fevereiro de 2022.
— O importante é que sejamos capazes de defender o direito internacional a qualquer custo, porque quando um país agride outro, não podemos esquecer que no dia de amanhã podemos ser nós. Nenhuma potência pode passar por cima do direito internacional, violando seu direito territorial — disse.
Fonte o Globo