Um estudo publicado em uma nova série do periódico científico The Lancet Diabetes and Endocrinology aponta que cerca de 1,3 bilhão de pessoas terão diabetes até 2050 – mais do que o dobro dos 529 milhões de casos registrados em 2021 – o que representaria cerca de 13% da população mundial. Os pesquisadores também indicam que nenhum país no mundo provavelmente verá uma queda nas taxas crescentes da condição.
“O diabetes continua sendo uma das maiores ameaças à saúde pública de nosso tempo e deve crescer de forma agressiva nas próximas três décadas em todos os países, faixas etárias e sexos, representando um desafio sério para os sistemas de saúde em todo o mundo”, disse Shivani Agarwal, líder da série e membro do Montefiore Health System e do Albert Einstein College of Medicine em Nova York, em entrevista ao jornal britânico Independent.
Segundo os autores do estudo, as evidências indicam que a prevalência do diabetes está aumentando em todo o mundo, principalmente devido ao aumento da obesidade causada por múltiplos fatores.
Os pesquisadores ainda sugerem que o racismo estrutural e a desigualdade geográfica estão acelerando o curso da doença: as taxas de diabetes entre grupos étnicos minoritários em países ricos são mais altas do que as taxas observadas em grupos étnicos brancos. A equipe afirmou ainda que pessoas de comunidades marginalizadas têm menos probabilidade de ter acesso a medicamentos essenciais e novos tratamentos, apresentam pior controle de açúcar no sangue, têm menor qualidade de vida e expectativa de vida reduzida.
Alisha Wade, coautora e professora associada da University of the Witwatersrand, na África do Sul, afirmou ao The Guardian que “é vital que o impacto dos fatores sociais e econômicos seja reconhecido, compreendido e incorporado aos esforços para combater a crise global do diabetes”.